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12 de junho de 2001 (Washington) -- O custo dos 50 medicamentos mais prescritos para idosos aumentou mais de duas vezes a taxa de inflação no ano passado, de acordo com um relatório da Families USA, um grupo de defesa do consumidor preocupado com a saúde -- e isso reflete um padrão de aumentos de preços que vem ocorrendo na última década, anunciou o grupo na terça-feira.
As descobertas são oportunas, pois os democratas, que recentemente conquistaram o controle do Senado e, como tal, agora controlam os comitês que decidem qual legislação será apresentada ao Senado, pressionam para adicionar um benefício de medicamentos prescritos ao Medicare .
Atualmente, o Medicare, que cobre seguro de saúde para idosos e deficientes, não cobre despesas com medicamentos fora do hospital ou lar de idosos, e os idosos são forçados a pagar por seus próprios bolsos os medicamentos prescritos .
"Os idosos não podem esperar mais por um benefício de medicamentos prescritos no Medicare", diz Ron Pollack, diretor executivo da Families USA. "O Congresso deve agir este ano para fornecer alívio aos milhões de americanos mais velhos que lutam com os altos custos dos medicamentos prescritos ".
O alto custo dos medicamentos nos EUA levou alguns idosos, muitos dos quais com renda fixa e sem seguro de saúde que cubra medicamentos prescritos, a cruzar a fronteira para o México ou Canadá. Medicamentos fabricados nos EUA e exportados para esses países podem ser comprados por vezes menos da metade do preço americano.
O Congresso aprovou uma legislação no ano passado permitindo a reimportação de medicamentos de países estrangeiros, mas Donna E. Shalala, então secretária de Saúde e Serviços Humanos, ou HHS, não permitiu que ela entrasse em vigor. Tommy Thompson, que assumiu o cargo de secretário do HHS, disse que revisará a decisão de Shalala e sua resposta é esperada em julho.
De acordo com o relatório da Families USA, Synthroid , um medicamento usado para tratar glândula tireoide hipoativa e câncer de tireoide, teve o maior aumento de preço no ano passado, saltando 22,6% em relação ao ano anterior. A inflação, por outro lado, subiu apenas 2,7% no ano passado.
O custo do tratamento de glaucoma Alphagan foi o segundo maior, aumentando 22,5%, seguido pelo medicamento para diabetes Glucophage , que aumentou 15,5%, e a reposição de estrogênio premarin , que subiu 12,8%.
Mas Jeff Trewhitt, porta-voz da Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, ou PhRMA, uma organização que representa a indústria farmacêutica, diz que esses números não refletem verdadeiramente os aumentos de preços dos medicamentos como um todo. Ele afirma que os aumentos anuais no custo dos medicamentos na verdade foram reduzidos em comparação com o que eram nos anos anteriores.
Citando dados da IMS Health, uma empresa independente que acompanha a indústria farmacêutica, Trewhitt disse que os preços de todos os produtos farmacêuticos, em média, aumentaram apenas 2%-5% ao ano desde 1995. Isso representa uma queda significativa dos 10% ao ano aumento observado na década de 1980, disse ele.
Trewhitt diz que o preço de um determinado medicamento pode variar até 100% de uma farmácia de varejo para outra, mesmo na mesma cidade. Por esse motivo, ele aconselha os idosos a fazerem comparações, se possível. Para quem não tem condições de ir a outra farmácia, ele sugere entrar em contato com a empresa fabricante do medicamento e perguntar sobre o programa de assistência ao paciente. A maioria das empresas farmacêuticas oferecerá o medicamento gratuitamente para aqueles que não podem pagar, diz Trewhitt.
A indústria farmacêutica afirmou no passado que o alto preço dos medicamentos prescritos é necessário para cobrir as enormes despesas de pesquisa e desenvolvimento. Mas Pollack, da Families USA, observa que alguns dos medicamentos com os maiores aumentos de preço nos últimos 10 anos estão no mercado há muitos anos, alguns mais de 30 anos, então os custos da pesquisa já deveriam ter sido recuperados.
Synthroid, que chegou ao mercado em 1963, aumentou de preço em 133,3% nos últimos 10 anos em comparação com um aumento de apenas 30,6% na inflação no mesmo período. O custo do medicamento para pressão alta Lasix , que estava no mercado em 1981, aumentou mais de 365% desde 1991. Lanoxin, que é usado para controlar o ritmo do coração , e premarin ambos aumentaram de preço em mais de 100 % nos últimos 10 anos; tanto premarin quanto Lanoxin chegaram ao mercado na década de 1960.
"Não há nenhuma razão aceitável para os dramáticos aumentos de preços", disse a senadora Debbie Stabenow (D-Mich.). As empresas farmacêuticas gastam mais em publicidade do que em pesquisa e desenvolvimento, ela acusa.
"Isso não é verdade", diz Trewhitt. Novamente citando números da IMS Health, Trewhitt disse que em 1999 as empresas farmacêuticas gastaram US$ 13,9 bilhões em publicidade, o que é apenas um pouco mais da metade dos US$ 24 bilhões que gastaram em pesquisa e desenvolvimento.
Vários senadores democratas, incluindo o senador Jay Rockefeller (DW.Va.), o senador Paul Wellstone (D-Minn.) e o senador Stabenow, fizeram uma aparição no anúncio do Families USA para expressar seu apoio a estratégias para reduzir os custos de medicamentos prescritos para idosos.
O senador Stabenow apresentou um projeto de lei que permitiria que indivíduos e empresas comprem drogas no Canadá e no México. O projeto permitiria que os idosos pedissem drogas reimportadas pela Internet ou através de um número de telefone gratuito, disse o senador Stabenow ao WebMD. Hospitais e farmácias também seriam autorizados a reimportar medicamentos, com a esperança de que eles repassassem essa economia para os idosos, acrescenta.
Se aprovado, o projeto reduziria imediatamente os custos dos medicamentos prescritos em pelo menos 40%, diz o senador Stabenow.
Trewhitt diz que a indústria farmacêutica se oporia a qualquer movimento para permitir a reimportação devido a preocupações de que os medicamentos não possam ser manuseados ou armazenados adequadamente fora dos EUA. Isso poderia alterar a eficácia dos medicamentos, diz ele., ao comprar misoprostol online
O senador Wellstone, que diz que os altos custos dos medicamentos prescritos é uma questão muito pessoal para ele porque ele tem dois pais com doença de Parkinson, apresentou um projeto de lei conhecido como Medicare Extension of Drugs to Seniors Act ou MEDS. Sob esse projeto, os beneficiários do Medicare pagariam um prêmio de US$ 24 por mês, seriam responsáveis por 20% dos custos dos produtos farmacêuticos e nenhum idoso teria que pagar mais de US$ 2.288 por ano. O Medicare cobriria todo o prêmio para idosos com renda muito baixa.
O PhRMA apóia a adição de um benefício de medicamentos prescritos no Medicare, disse Trewhitt ao WebMD. O modelo que a indústria prefere é um projeto de lei bipartidário que permitiria aos idosos escolher um plano de uma companhia de seguro de saúde privada , como Aetna ou BlueCross, e o Medicare cobriria a maior parte do custo do prêmio. Para aqueles com renda muito baixa, o Medicare cobriria todo o prêmio.
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